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Decifrando os Enigmas dos Acentos Masoréticos

 

Decifrando os Enigmas dos Acentos Masoréticos: Uma Introdução


Um enigma hebraico milenar ressurge das páginas do profeta Isaías, capítulo 56, verso 9, desafiando as interpretações dos estudiosos ao longo dos séculos. Sob o escrutínio meticuloso de Raymond de Hoop e Paul Sanders, pesquisadores da Universidade Teológica Protestante de Amsterdã, acentos masoréticos são desvelados, revelando complexidades intrigantes sobre a estrutura sintática e interpretativa do texto bíblico.

O objetivo da pesquisa é abordar questões introdutórias relativas à origem, função e relevância da acentuação massorética. Primeiro, descreve a recente atitude acadêmica em relação à acentuação massorética. Depois esclarece um pouco da terminologia envolvida e mostra em quais textos os acentos massoréticos foram usados ​​além da Bíblia Hebraica. Finalmente, oferece uma discussão sobre o propósito original e a função da acentuação massorética.

O verso enigmático, "כֹּל חַיְתָּו֙ וָצֵ֣יד יָבֹ֔ואוּ לֶאֱכֹ֖ול" (Isaías 56:9), provoca divergências interpretativas. Enquanto alguns tradutores sugerem que todas as criaturas do campo são convocadas para banquetear-se, outros debatem se o convite se estende também às feras da floresta. A análise dos acentos masoréticos, proposta por David B. Freedman e Miles B. Cohen, adiciona camadas de complexidade à interpretação, sugerindo nuances sintáticas que desafiam interpretações tradicionais.


Freedman e Cohen argumentam que a colocação do atnach (תַּחַת) sob a palavra חַיְתֹו sugere que os Masoretas consideravam esta palavra como uma forma absoluta, não como o nomen regens em uma cadeia de construção, implicando em uma diferenciação sintática substancial. Esta interpretação levanta questões profundas sobre a função e intenção dos acentos masoréticos, desafiando suposições convencionais sobre sua aplicação.


Entretanto, as interpretações dos estudiosos divergem. Alguns questionam se os acentos masoréticos foram destinados a fornecer informações sintáticas tão específicas ou se sua função transcende a mera estrutura gramatical. A presença frequente de acentos conjuntivos no final de introduções ao discurso direto, como observado em Isaías 41:26a, lança luz sobre a diversidade de interpretações e abordagens dos acentos masoréticos.


O debate sobre a função e confiabilidade dos acentos masoréticos é essencialmente uma reflexão sobre a natureza da tradição textual hebraica. Como esses sinais de pontuação vocal podem preservar precisamente tradições antigas de leitura ou canto, especialmente considerando sua adição tardia ao texto consonantal entre os séculos VIII e X d.C.? Tais questões incitam um ceticismo legítimo sobre a autoridade e aplicação dos acentos masoréticos na exegese bíblica.


Diana Edelman expressou ceticismo semelhante ao questionar a capacidade do sistema de acentos masoréticos de preservar com precisão tradições antigas sobre a leitura ou o canto do texto. Essas observações sugerem uma cautela necessária ao interpretar os acentos masoréticos, desafiando os estudiosos a considerarem a complexidade e a fluidez da tradição textual hebraica.

Decifrando os Enigmas dos Acentos Masoréticos

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A pesquisa de De Hoop e Sanders fornece uma janela fascinante para o mundo dos acentos masoréticos, revelando enigmas há muito esquecidos e desafiando a compreensão convencional da estrutura sintática e interpretativa do texto bíblico hebraico. Seu trabalho incita uma reflexão profunda sobre a natureza da tradição textual e sua interpretação, convidando os estudiosos a explorarem os mistérios por trás dos acentos masoréticos com um olhar renovado e crítico.

Fonte:

de Hoop, R. e Sanders, P. (2022). O sistema de acentuação massorética: algumas questões introdutórias. O Diário das Escrituras Hebraicas , 22 . https://doi.org/10.5508/jhs29622

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Autor: Ronaldo G. da Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética com Pós-Graduação em Educação pela UFF. Entusiasta na Evangelização e Estudos Bíblicos.

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