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A Controvérsia da Páscoa: Um Debate Teológico na Igreja Primitiva

 


A Controvérsia da Páscoa: Um Debate Teológico na Igreja Primitiva

Um artigo publicado na MDPI emprega principalmente um método de análise documental. Analisa os relatos fornecidos pelo historiador do século IV, Eusébio de Cesaréia, em sua obra A História da Igreja . Também contém referências cruzadas com as obras de escritores cristãos do século II. Através deste processo, o artigo procura reconstruir a situação desta controvérsia da Páscoa. Além disso, pretende revelar a luta pela autoridade apostólica escondida sob a superfície deste debate sobre datas

Desvendando a Disputa que Sacudiu o Cristianismo


No final do século II, uma controvérsia fervilhava nas entranhas da Igreja Primitiva, trazendo à tona debates teológicos e lutas pelo poder que moldariam o curso do cristianismo. Originada de práticas divergentes sobre o cálculo das datas da Páscoa, essa disputa entre as igrejas da Ásia Menor e a Igreja Romana revelou-se muito mais do que uma questão de calendário festivo.


Raízes da Disputa: Divergências nas Práticas Pascais


As igrejas cristãs em todo o Império Romano celebravam a Páscoa em datas diferentes, gerando conflitos sobre o momento do jejum, do batismo e da Eucaristia. Essas diferenças desencadearam controvérsias, com destaque para a disputa entre Vítor I e Polícrates, figuras centrais nesse embate.


Luta pela Autoridade Apostólica: Vítor I vs. Polícrates


Por trás das divergências de datas, escondia-se uma batalha pelo domínio eclesiástico. Vítor I, buscando centralizar o poder na sé romana, confrontou-se com Polícrates, que invocou a sucessão apostólica e a herança do Apóstolo João para reivindicar a legitimidade das igrejas na Ásia Menor.


Impacto Teológico e Cultural: O Papado em Formação


A controvérsia da Páscoa não apenas refletiu debates teológicos mais amplos, mas também moldou o desenvolvimento da estrutura de autoridade na Igreja Primitiva. Os esforços de Vítor I para estabelecer a primazia e promover rituais latinizados foram respostas à heterogeneidade e influência dos ensinamentos heréticos.


Além das Datas: A Emergência do Papado e Novas Ideias Teológicas


O embate sobre a Páscoa não se limitava à determinação da data festiva, mas servia de palco para a formulação de uma nova teologia e para a luta pelo poder. A formação do papado, longe de ter uma base bíblica clara, representava um conceito teológico que emergiu no contexto cultural e religioso específico da Igreja Romana.

A Controvérsia da Páscoa: Um Debate Teológico na Igreja Primitiva

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Conclusões Reveladoras: A Páscoa como Símbolo de Unidade e Disputa


A controvérsia da Páscoa destacou nuances teológicas e questões de identidade comunitária, lançando luz sobre a complexa interação entre festividades religiosas, poder eclesiástico e luta pela autoridade. Mais do que uma simples disputa de datas, foi um capítulo crucial na história da Igreja Primitiva, delineando o caminho para o desenvolvimento teológico e estrutural do cristianismo.

Fonte

Gao, S. A Luta pela Autoridade Apostólica: A Controvérsia da Páscoa no Final do Século II. Religiões 2024 , 15 , 494. https://doi.org/10.3390/rel15040494

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Autor: Ronaldo G. da Silva é Bacharel em Teologia e Professor de Homilética com Pós-Graduação em Educação pela UFF. Entusiasta na Evangelização e Estudos Bíblicos.

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